A sexta-feira (14) que deveria ser apenas o “esquenta” para mais um fim de semana cheio de bola para rolar na Europa se transformou em um dia histórico depois que a UEFA anunciou o banimento do Manchester City por dois anos de todas as competições europeias, além de uma multa de R$ 140 milhões, uma das maiores punições da história da entidade — e do futebol.
Alegando que o clube inglês descumpriu e fraudou as regras do fair play financeiro que impõe a todos os clubes do continente, a UEFA chocou o mundo do futebol e pode ter tomado uma decisão que impactará o esporte na Europa como um todo. No entanto, essa não é a primeira vez que clubes recebem punições pesadíssimas, seja da entidade europeia, das federações nacionais ou da própria FIFA, entidade máxima do futebol mundial.
Alguns casos recentes são tão grandes e impactantes quanto o que tem o Manchester City de Pep Guardiola como protagonista da vez. Eles serviram como exemplo para os demais e entraram para sempre no livro de história do futebol, encerrando sonhos, acabando com dinastias e iniciando novos tempos, não apenas dentro de campo como também fora dele. Abaixo, relembre alguns e o quanto isso impactou no futuro dos clubes.
Clubes Ingleses (1985)
A primeira punição da UEFA que tomou proporções tão gigantes como a do Manchester City também envolveu times ingleses. Ao final da temporada 1984/85, a entidade máxima da Europa anunciou um banimento pesado dos times do país depois da tragédia que vitimou 39 pessoas na final da extinta Copa dos Campeões da Europa, causada por hooligans antes da decisão entre Liverpool e Juventus, na Bélgica.
A final era muito esperada por todos, afinal, colocava frente a frente dois dos maiores times de países que vinham dominando o futebol europeu. Porém, o esporte ficou em segundo plano naquele dia. Horas antes da partida acontecer, hooligans do Liverpool encontraram torcedores da Juventus nos arredores do estádio em Bruxelas e um confronto se iniciou. Durante o tumulto, uma das paredes do palco da decisão colapsou e esmagou várias pessoas.
Com a situação fora do controle, muitas pessoas tentaram fugir dos arredores do estádio e corre-corre terminou em mais vítimas. Saldo final: 39 pessoas mortas, uma centena de outras feridas e punição pesada ao futebol inglês. A UEFA puniu todos os clubes da Inglaterra por cinco anos das competições europeias, com exceção ao Liverpool, considerado culpado pelos acontecimentos. Os Reds receberam banimento de 10 anos, que depois foi reduzido para seis.
O episódio, que até hoje é controverso e gera muito debate na Inglaterra, serviu para que muitas políticas fossem aplicadas com relação ao futebol e à torcidas organizadas, um marco que mudou para sempre a forma como o país lidaria — e ainda lida — com o esporte e os fãs.
Málaga (2013/14)
O Málaga viu em pouco tempo o seu sonho ruir e se transformar em um pesadelo. Em 2012/13, a equipe conseguiu a façanha de alcançar as quartas-de-final da Liga dos Campeões da Europa em sua primeira participação da história. O time comandado por Isco, Joaquin e Julio Baptista só não chegou mais longe porque foi bem prejudicado pela arbitragem contra o Borussia Dortmund, que terminaria como vice-campeão.
No ano seguinte, a vaga na Liga Europa trouxe promessas de que o torcedor poderia se empolgar novamente, mas logo a euforia virou decepção. O clube apresentou dívida acima do permitido pelas regras do Fair Play Financeiro da UEFA e acabou sendo punido com um ano de banimento das competições europeias, sendo obrigado a ceder a sua vaga para o Betis.
Um clube já endividado viu menos dinheiro entrando e nem a venda de jogadores como Isco, que saiu para o Real Madrid por quase R$ 90 milhões, ajudaram o Málaga a se reerguer. Atualmente, a equipe está na 2ª divisão do Campeonato Espanhol.
Porto (2017/18)
Quem também violou outra regra do Fair Play Financeiro da UEFA foi o Porto. Acostumado a chegar ao mata-mata da Liga dos Campeões, o time português sofreu uma punição “branda” em 2017. O clube apresentou dívidas no seu balanço anual, assim como o Málaga, motivado por números desbalanceados entre contratações e vendas de jogadores.
Por isso, foi punido pela UEFA com uma multa de 700 mil euros, que poderia chegar a até 2,2 milhões de euros se condições futuras não fossem cumpridas, além de ter reduzido o número de jogadores inscritos na Liga dos Campeões pelos próximos três anos (de 25 atletas para 22 e 23 após uma temporada de punição).
Para não sofrer punições futuras, o clube e a UEFA entraram em um acordo para que nos próximos três anos o Porto equilibrasse as contas, reduzindo o seu saldo devedor anual para menos de 10 milhões de euros após este período.
Milan (2019/20)
A UEFA foi muito menos amigável com o Milan nesta temporada do que foi com o Porto anos atrás. Classificado para a fase de grupos da Liga Europa por ter terminado o Campeonato Italiano na 5ª posição, o gigante rubro-negro foi banido da competição por ter desrespeitado o Fair Play Financeiro da entidade ao gastar mais do que arrecadou no ano fiscal.
AEK Athens (2018/19)
Recentemente, assim como em 1985, foram os torcedores os responsáveis por um clube ser punido pela UEFA. Trata-se do AEK Athens, tradicional time grego e que costuma aparecer nas competições europeias. Em 2018/19, a equipe chegou à fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa, a última vez que teria essa oportunidade pelos próximos anos.
Durante o jogo contra o Ajax, a torcida do AEK Athens foi flagrada disparando sinalizadores e outros fogos de artifício dentro do campo, que também desencadeou uma briga entre os fãs do time grego, os torcedores do clube holandês que estavam na Grécia e a Polícia local. A UEFA não admitiu o ocorrido e puniu o AEK já naquela edição.
Nos dois jogos restantes que fez em casa, o time grego jogou com portões fechados, foi multado em 80 mil euros e recebeu um banimento de um ano de competições europeias, que depois foi estendido para duas temporadas.
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