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Papo com Beto: Marcos Assunção fala sobre carreira, vida e parceria com Moré

Marcos Assunção abre o coração para a Betsul nessa entrevista incrível e super exclusiva. Acompanhe!
Marcos Assunção
Betsul

Nascido em Caieiras e com uma história de vida inspiradora, Marcos Assunção é um ex-jogador de futebol que conquistou o mundo. Revelado pelo Rio Branco (SP), ídolo do Palmeiras, da Roma (ITA) e do Bétis (ESP), Assunção agora também é um Embaixador da Betsul.

Parceiro de Ivan Moré no programa ‘Qualé, Moré?’, da RedeTV, Assunção bateu um papo leve e verdadeiro com a equipe Betsul. E você confere agora!

Betsul: Marcos, para começar a gente queria saber: você sente saudade de jogar bola ou de algo do mundo do futebol?

Marcos Assunção: Sinto saudade. Acho que não tem nenhum ex-atleta que não sinta saudade daquilo que fez durante muito tempo da vida. Tô dizendo não só do futebol, mas o ex-atleta, o cara que tava ali todos os dias treinando. Porque sua paixão maior é o esporte e aquilo que você está fazendo. 

O atleta pensa “eu vou acordar, levantar e dar o meu melhor sempre. Então eu sinto saudade, muita saudade. Sonho que estou jogando, sonho que estou fazendo gols. É normal isso. Estou em casa, sonhando e quando acordo estou no escuro do meu quarto. Infelizmente são sonhos. Então, sinto muita saudade de jogar, da adrenalina, do estado cheio. Aquele friozinho na barriga, uma decisão, os treinamentos dia a dia. Sinto saudades, sim.

Betsul: Qual foi o momento mais importante da sua carreira?

Assunção: Cara, eu tive muitos momentos importantes, muitos. Mas eu falo pra todo mundo que o mais importante foi o título da Copa do Brasil 2012 pelo Palmeiras. Porque eu tive a felicidade de ser o capitão e levantar a taça. E fazia 10 anos...10, 12 anos que o Palmeiras não ganhava um título nacional e essa taça foi muito importante.

Campeonato Italiano, Supercopa da Itália, Copa do Rei (Espanha)...

Betsul: Isso, a gente queria saber sobre o título nacional na Roma...

Assunção: Ah, foi legal, cara, foi legal, mas eu não era o protagonista, entende? Não tem coisa melhor que você ganhar e você ser o protagonista do negócio. Na Roma tinha Cafu, Totti, Aldair, uma galera... Eu era novinho, tinha uma galera já pra frente, muito experiente.

Então eu digo... É gostoso ganhar? Sim, é gostoso. Mas é muito melhor ganhar sendo o protagonista, sendo o cara, com as pessoas falando “se não fosse o Assunção, de repente a gente não teria ganho”. E isso pelas cobranças de faltas e por tudo que eu representei naquele ano, por tudo que eu representei na minha passagem pelo Palmeiras. Então, a Copa do Brasil 2012 foi o mais importante por isso, por eu ter sido protagonista, eu levantar a taça, eu ter sido o capitão do time, entende?

Betsul: Você começou a jogar de volante, certo?

Assunção: Foi assim... eu sou de Caieiras (região Metropolitana de São Paulo) e quando era moleque, eu era o nº 10. E modéstia à parte, eu era o melhor do bairro. E olha que tinha muito moleque bom de bola. Vou falar uns nomes aqui: Tubarão, Boizão, Nica... Esses caras eram “os caras” do bairro, eram os tops.

Eu era o 10, Tubarão era 9, o Nica era ponta-direita e o Boizão era o ponta-esquerda. Éramos a linha de frente. Nosso time jogava todos os sábados. Então, no futebol raiz, eu era o meia esquerda. Talvez por isso eu tenha essa qualidade no passe.

Betsul: Você foi para o volante mais pela evolução do futebol...

Assunção: Exatamente. Para 2º volante, quando cheguei no Rio Branco. O treinador falou assim: “acho melhor você dar um passinho para trás, ser um 2º volante, porque sua saída de bola é muito boa, seu passe é muito bom. Você vai ser melhor utilizado nos times”.

E foi isso que aconteceu. Eu nunca fui de muita marcação, eu gostava de chegar na frente, chutar no gol. Teve, inclusive, uma época no Betis que chegou um treinador que era do La Coruña, o Irureta (Javier Irureta), foi pro Betis e chegou pra mim “quero que você jogue igual o Mauro Silva”.

Eu falei pra ele “olha, você tá chegando agora e, com todo o respeito, igual o Mauro Silva eu não consigo jogar”. E eu já tinha ganhado a Copa do Rei, estava entre os melhores do Campeonato Espanhol, fazendo gol o tempo todo. Time bom com Denílson, Ricardo Oliveira, Edu, Joaquim. Um time legal. Então falei pra ele “não sei jogar nessa posição. Não vou dar ao time o que o time precisa, e você vai tirar uma característica minha onde eu posso render melhor”.

Aí ele falou que eu ia para o banco e eu falei “tá bom”. E isso não durou muito porque o time começou a ir mal, não tinha a bola parada, bom passe, saída de jogo e, de verdade, ele não durou muito no Betis.

Betsul: Aproveitando o gancho do Betis, mas sem polemizar tanto com os times brasileiros, em qual time você preferiu jogar, Roma ou Betis?

Assunção: Betis. Não tem muita discussão.

Betsul: Por quê?

Assunção: É o que eu falei da coisa do protagonismo. No Betis eu era um dos caras, um dos capitães. A gente ganhou a Copa do Rei, fomos para a Champions em uma época que nenhum time da Andaluzia tinha conseguido esse feito. Nem Málaga, nem Sevilla, ninguém. E nós conseguimos.

Fui um dos protagonistas fazendo gols importantes. Fiz em Mallorca, onde empatamos por 1 x 1 e esse gol permitiu que a gente jogasse a Champions. Se a gente perde não tinha Champions.

E foram duas semanas de loucura total na cidade de Sevilla, porque em uma semana nos classificamos para a Champions e na outra ganhamos a Copa do Rei.

Então fico com o Betis pelo meu protagonismo. Saí do Roma e fui pro Betis como protagonista, jogador formado, que veio de uma liga italiana difícil, Campeão Italiano. Então, prefiro o Betis.

Betsul: E o melhor time que você jogou, considera o Betis também?

Assunção: Não, aí eu já vou no Roma. Porque tinha Cafu, Aldair, Antônio Carlos, Candela, Batistuta, Totti, Montella, Marco Delvecchio...

Betsul: Juan ainda não estava?

Assunção: Juan chegou depois. Eu fiz um podcast com o Tadei outro dia e lembramos disso. Que a velha guarda saiu, como eu, Cafu, Emerson, Antônio Carlos, o Aldair parando. E aí vem Tadei, Juan, Cicinho, Mancini, Lima.

Betsul: Qual melhor jogador que jogou junto?

Assunção: Eu falo dos brasileiros que me ajudaram muito a crescer no futebol. Cafu, Totti, Montella, Batistuta, Ricardo Oliveira, Denílson, Edu, Joaquim. Esses caras aí você dava a bola e eles sabiam o que fazer.

Então foram esses caras todos, não teve um melhor. Esses caras em suas posições foram craques.

Betsul: E contra? Qual melhor jogador que você jogou contra?

Assunção: Um tal de Zidane. Ninguém mais, só Zidane. E olha que na época do Roma, eu ia jogar contra a Fiorentina de Batistuta, Rui Costa e Edmundo. Ia jogar contra a Inter, tinha Ronaldo, Zamorano, Cristian Vieri.

Na Juventus tinha Del Piero, Zidane, Filippo Inzaghi, Buffon no gol. No Milan tinha Shevchenko, Seedorf, Pirlo, Gattuso. Eram muitos times bons. Costumo falar que Deus me deu mais do que pedi, porque joguei com caras feras na Europa e na Seleção Brasileira.

Joguei contra os melhores da época e até hoje você fala o nome desses caras e a molecada sabe quem é. Porque o melhor campeonato era o Italiano. Hoje é o Inglês, mas era o Italiano.

Lembro quando era moleque, minha cama era atrás da porta da cozinha, que era a cozinha, a sala e tudo misturado... e eu ficava de frente pra TV e lembro que domingo de manhã era o Campeonato Italiano. Silvio Lancelotti, Silvio Luiz, Juarez Soares, Luciano do Valle e toda aquela galera da Band.

Era a coisa mais gostosa que tinha e depois de uns anos eu jogando lá, era demais. Grandes jogos, grandes narradores.

Betsul: Vamos falar de falta...qual melhor batedor de falta pra você?

Assunção: Marcelinho Carioca.

Betsul: Melhor que você?

Assunção: Melhor que eu. O professor de tudo, melhor de todos.

Betsul: E quando você ia bater uma falta, que lugar preferia: falta frontal, esquerda ou direita?

Assunção: Frontal indo pro lado esquerdo. Porque a bola vai saindo do goleiro. Se você bate do lado direito, o goleiro vem em direção à bola. Se você bate do lado esquerdo, a bola faz um movimento saindo do goleiro.

Betsul: E como foi jogar na seleção brasileira?

Assunção: Cara, olha o tanto de jogador que almeja chegar na Seleção Brasileira e eu cheguei. Joguei com Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Romário, Zé Roberto, Cafu, Denílson, Amoroso, Edmundo, Giovanni...dois caras que ninguém fala, que são Sonny Anderson e Élber, caras que destruíram. Na Alemanha o Élber é ídolo total.

Sony Anderson no Lyon, Barcelona, super craque. E são caras que a mídia brasileira fala pouco, mas que eu tive a oportunidade de jogar e acompanhar e sei que os caras eram craques.

Betsul: Você jogou Eliminatórias?

Assunção: Sim, joguei Eliminatórias. Eliminatória e Copa das Confederações de 1998, lá nos EUA, foi minha estreia. E eu poderia ter ido muito mais longe na Seleção, mas me aposentaram com 24 anos...

Betsul: Por que você diz isso?

Assunção: Porque a gente foi mal. Brasil x Chile pelas Eliminatórias, lá no Chile. Jogamos mal e perdemos por 3 a 0 e depois disso não voltei mais pra Seleção.

Pois houve alguns comentários fortes de narradores em cima de mim e depois disso nunca mais voltei pra Seleção.

Betsul: E você tem certeza que foi isso...

Assunção: Certeza absoluta. E não tenho problema em falar, foi o Galvão Bueno. E não foi só comigo, os comentários maldosos foram pra outros jogadores também.

Betsul: Você tem algum arrependimento na sua carreira como jogador? Ou algo que você não fez que você gostaria de ter feito? Ou algo que você fez e não queria ter feito?

Assunção: Volto a falar: Deus foi muito bom comigo. Me deu muito mais do que pedi. Eu só queria ser jogador de futebol. E olha o que eu fiz no futebol. Além de ter jogado onde eu joguei, eu me tornei um dos melhores batedores de faltas da história do futebol. Estamos falando da história, não só do futebol brasileiro. Se você pegar todos os batedores de faltas, eu estou ali, entre os melhores. Sabe, saindo de Caieiras, barraco de madeira, dormindo na cozinha porque no quarto não dava...

Deus foi muito bom, não me arrependo de nada. Independentemente do que aconteceu, não me arrependo de nada do que fiz. Por quê? Porque tudo que eu fiz foi pensando no melhor. Não no melhor pro Marcos Assunção, mas no melhor pra minha família.

Nunca fui no singular, sempre fui no plural. Quando fazia um ou dois gols e o time ganhava, nunca pensei “Eu sou o melhor”. Sempre fui um cara de grupo. Acho que por isso fui capitão em todos os times que passei. Menos no Roma, porque tinha Totti, Cafu, Aldair, então ia ser difícil.

Você não escolhe ser capitão, você é escolhido. Capitão tem que pensar no grupo, no que é bom para o grupo, mesmo que em algum momento possa ter sido ruim pra mim. Muitas vezes o treinador veio conversar comigo “Olha, hoje o time precisa ganhar, vamos jogar em casa e vou botar o time para frente, vou colocar só você de volante, beleza? Tudo certo?”. E pra mim tudo certo.

Acho que na vida as coisas têm que ser conversadas e não impostas. Se tem conversa, tá tudo certo. Ninguém é dono da verdade, não podemos achar que somos os melhores.

Outro dia estava conversando com um menininho, de rua, batendo um papo e tal. E esse moleque me deu uma aula. Então a gente nunca pode pensar que é o melhor, porque vem alguém melhor e te dá uma porrada.

Por ser assim e por meu profissionalismo, graças a Deus aonde vou sou bem recebido. Vou no Santos, Palmeiras, Roma, Betis, Figueirense e todos os times onde joguei, e tenho portas abertas.

É o que eu falo, a gente não leva, a gente deixa um legado. Que seja o mínimo possível, que seja a amizade com os companheiros de equipe. Porque eu sei o que eu represento. Moro no mesmo lugar onde eu nasci e cresci. Meus amigos são os menos de quando tinha 5, 6 anos de idade.

Então eu sou exemplo pra eles, pra minha família e, principalmente, pros meus filhos. Porque eu penso o seguinte: eu não posso vacilar. E por quê? Porque é meu filho que vai na escola e as pessoas vão falar “Ah, você é filho de Marcos Assunção que fez isso, fez aquilo.”

Eu vou sofrer, mas meus filhos vão sofrer muito mais. Minha mãe, meus irmãos, meus amigos. Então, eu sou exemplo para eles. Sou um cara que busco ser sempre correto. Porque eu chego nos meus amigos de infância, que são meus amigos até hoje e são fiéis a mim, e falo: “meu, eu não quero nada de vocês. Nada, absolutamente nada. Só que vocês sejam tão fiéis quanto eu sou com vocês”.

E hoje moro no mesmo lugar, estou com meus amigos todo final de semana, toda sexta vamos num boteco, a gente joga um truco, tem uma mesa de sinuca e pra mim isso que é bom. É ali que sou feliz.

Então, é isso que eu levo para a vida, irmão. É o que a gente deixa de legado, não é o que a gente vai levar. É o que a gente vai deixar.

Betsul: Você pensou em continuar trabalhando no futebol como treinador, dirigente, algo assim?

Assunção: Pensei. Depois que parei de jogar, em 2016, fiz cursos de gestão de futebol da CBF, Universidade de Futebol, categorias de base da CBF, fiz oratória com o Reinaldo Polito. Me preparei para isso. Me preparei para estar no meio do futebol.

Mas no meio de tudo isso apareceu o TV. Então a gente tem que tá preparado, independentemente se for diretor de futebol ou não, a gente se prepara para a vida.

E eu me preparo pra falar de futebol. Sendo diretor vou falar de futebol, trabalhando na TV vou falar de futebol. São duas coisas muito boas. O jornalista vai estudar futebol. Eu vou estudar e jogar futebol.

Então são duas coisas bem legais. Pra mim, em um clube de futebol tem que ter dois diretores. Um cara que é muito bom em gestão de empresas e o cara que estudou, fez os cursos, mas que sabe como funciona lá dentro.

Betsul: Você falou que a TV apareceu antes, mas você ainda tem, você vislumbra alguma coisa no futebol, na sua carreira, na sua vida?

Assunção: Cara, é assim, eu curto o momento, entendeu? Eu curto o momento, eu sou aquele cara muito fiel. Hoje eu estou na RedeTV!, tenho um contrato com a RedeTV!, certo? Pode vir milhões, conversa de que me querem em tal lugar, eu vou esperar terminar meu contrato aqui e depois vou pensar.

Eu sou aquele antigo, né? A palavra do homem é que vale. Palavra do homem, meu pai me ensinou assim. Eu tô aqui com você e se falo uma coisa pra você, é aquilo até o fim. Vou morrer naquele negócio, naquela palavra que eu te dei. Não vai ter duas palavras. Minha palavra não faz curva.

Meus pais, meus amigos, amigos dos meus pais eram assim. Meus pais não sabiam escrever o nome deles, mas eles me deram educação, me deram amor. Me deram aquilo que qualquer criança precisa para se tornar um homem do bem, um cidadão do bem. E eu sou um cara de palavra.

Você vai me encontrar daqui 10 anos e aquilo que eu te falei tá fechado, sabe? As pessoas que de repente falam do Marcos Assunção são pessoas que não conhecem o Marcos Assunção a fundo pra trocar uma ideia, sentar, bater um papo e tal. As pessoas veem o Marcos Assunção na TV, passando de carro, mas não me conhecem a fundo.

Assunção: Cara, o Ivan conheci quando jogava no Palmeiras. Ele repórter fazia muitas matérias lá e um dia ele roubou minha chuteira. Pensei “roubou minha chuteira, né?”. Fiquei uma tarde inteira ensinando a bater faltas.

Então, o Ivan eu conheço assim, cara, de ele ir fazer matérias lá no Palmeiras e a gente pegou uma amizade muito legal. Esse negócio dele roubar a chuteira é verdade, porque teve um jogo que ganhamos e acho que fiz dois gols... E depois do jogo ele me pegou lá pra me chamar pra gente gravar uma matéria.

E do nada ele soltou: “eu quero a sua chuteira”. Eu falei “como assim, meu amigo? Quer a minha chuteira? Não”. E ele insistia. Então peguei a chuteira, dei pra ele e fui embora de meia. E ele sempre estando nos treinos e fazendo matéria, a gente pegou amizade...e é o que digo, é a questão do respeito. E isso a gente cara, é o que eu falo. O respeito...

E comigo e o Ivan o respeito é recíproco. A partir do momento que você está fazendo o seu trabalho, todo mundo se tratando com respeito, você está me tratando com respeito, a gente se encontra todos os dias e vamos fazendo matéria, a amizade só tende a crescer. A partir do momento que vi que o cara era gente boa e da hora, nós seguimos essa amizade até hoje.

Agora, com o “Qualé, Moré?”, nossa parceria continua e vai ser muito boa. Além de fazer apostas esportivas, você ainda pode conferir outras entrevistas imperdíveis. Confira nosso bate-papo com o Ivan Moré também.

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